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| Foto: J.Gar.Cia Dança Contemporânea em "Área Reescrita" - © Silvia Machado |
Formas de ocupação dos espaços é tema em "Área Reescrita"
O espaço que a dança ocupa é determinante no seu resultado. Essa sentença se afirma na peça “Área Reescrita” – última produção da J.Gar.Cia de Dança Contemporânea.
Desde a sua estreia, há um ano, é a terceira vez que o trabalho está em cartaz. Sempre em locais não convencionais. Logo, a cada temporada, o espetáculo se adapta a uma nova instalação.
O espaço que a dança ocupa é determinante no seu resultado. Essa sentença se afirma na peça “Área Reescrita” – última produção da J.Gar.Cia de Dança Contemporânea.
Desde a sua estreia, há um ano, é a terceira vez que o trabalho está em cartaz. Sempre em locais não convencionais. Logo, a cada temporada, o espetáculo se adapta a uma nova instalação.
As realocações combinam muito com o assunto que a companhia aborda. Os bailarinos pesquisaram nas ruas de São Paulo: o vai-e-vem dos transeuntes, o barulho polifônico da cidade e as figuras inusitadas. Tudo virou material de criação para as cenas.
O lugar dessa vez é o Centro Cultural Rio Verde (os anteriores foram Teatro Oficina e porão do Centro Cultural São Paulo). A primeira parte de “Área...” se passa na varanda do espaço.
O público entra e os bailarinos já estão por ali, cumprimentam os conhecidos, observam e caminham. O
clima é amistoso e beira o cotidiano.
clima é amistoso e beira o cotidiano.
Em escala crescente o espetáculo surpreende, tanto pela coreografia desenvolvida por todos os cantos, quanto pelas questões que emergem.
O grupo se une, se espalha, transita de um movimento ao outro. Sem apelar para tons de denúncia, mostram as inquietações urbanas geradas pelo “boom” de informações e tumulto de pessoas.
Em um segundo momento, o público é conduzido para outro espaço. Trata-se de uma sala em construção, onde futuramente será o teatro do Centro Cultural Rio Verde.
Os corpos, então, se misturam aos escombros. Os bailarinos usam máscaras e falam em megafones. Cena que remete aos conflitos atuais vividos nas ruas.
Com a recente onda de ocupações em várias capitais do mundo, o trabalho se encaixa perfeitamente, pois, em cena, reflete sobre as possibilidades de se ocupar.
“Área Reescrita” é dança que pensa no seu entorno. Ponto positivo para o coreógrafo Jorge Garcia e sua jovem companhia.
Avaliação: Bom
