Páginas

25 de out. de 2011

Crítica: "Tatyana" - Cia. de Dança Deborah Colker

Foto: Cia. de Dança Deborah Colker em "Tatyana" - © Jane Hobson

    Virtuose de Colker se mostra sem vigor ao narrar obra clássica
    Assistir um espetáculo da Companhia de Dança Deborah Colker é assitir um grupo que domina um alto nível de dificuldade técnica. O que não garante uma dramaturgia bem-sucedida. 
    “Tatyana”, a nova coreografia de Deborah Colker, é inspirada na obra “Evguêni Oniéguin”, de Aleksandr Serguéievitch Púchkin (1799 - 1837), considerado fundador da literatura russa moderna. 
    O romance trata da narrativa de Oniéguin, um jovem cosmopolita que recusa o amor de Tatyana, uma camponesa. Anos mais tarde, reencontra-a transformada em uma bela dama. Dessa vez ele se apaixona, porém ela está casada. Logo, é a vez dele ser rejeitado. 
    Qualquer semelhança com enredos de novela não é por acaso: a crônica do amor rejeitado se tornou
popular nos folhetins. 
    Presente no imaginário comum, esse tipo de narrativa parece ser de fácil compreensão. Todavia, para a

17 de out. de 2011

Crítica: "Vertical Road" e "Gnosis" - Akram Khan Company

Foto: Akram Khan Company, espetáculo "Vertical Road" - © Richard Haughton


    Dança de Akram Khan se destaca ao falar de espiritualidade
Em passagem rápida por São Paulo, Akram Khan Company apresentou duas excelentes produções
    Religião não se discute. Porém, é fato que o assunto “Deus” se tornou inerente à humanidade. Na dança, poucos artistas ousam tocar essa questão como faz o coreógrafo Akram Khan.
    Com os espetáculos, “Vertical Road” (2010) e “Gnosis” (2009), o britânico de família indiana fala de espiritualidade sem precisar se posicionar contra ou a favor de uma religião específica.
    Inspirado na filosofia Sufi, que resumidamente é um conjunto de práticas rituais realizadas com o intuito de autoconhecimento, Khan buscou a complexidade embutida nesse ambiente para transformá-lo em dança.      “Vertical Road” mostra a ligação do homem com a divindade: os bailarinos fazem movimentos que