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25 de jul. de 2011

Crítica: 6º Mostra "Dança em Foco" no Sesc Pinheiros

Folha de S.Paulo - 25 de julho de 2011


    Corpo ganha nova leitura em formato vídeo
Obras apresentadas na mostra Dança em Foco reinventam modos de olhar e de conceber o fazer coreográfico
    São poucas as oportunidades para se conhecer a extensa gama de artistas que produz videodança no mundo. Com uma rica série de obras inéditas, esse panorama pode ser visto na 6º edição do projeto “Dança em Foco”, que segue no Sesc Pinheiros até o dia 31. 
    A produção de videodança se intensificou no Brasil a partir dos anos 90. A linguagem, que começou com ar experimental, hoje conquistou espaço em festivais e conta com profissionais das artes plásticas, do audiovisual e da dança.
    As obras se caracterizam pela fusão entre dança e vídeo. No encontro do suporte audiovisual com a
proposta corporal, o videodança não funciona como mera documentação, mas sim como a criação de uma estética singular de imagem.
    As sofisticações tecnológicas reinventam o corpo através do vídeo. É o caso das instalações multimídia apresentadas em imagem 3D e expostas no subsolo do Sesc. Nelas, os corpos em escala real saltam da tela em trabalhos assinados pelo coreógrafo escocês Billy Cowie. 
    A experiência de imersão do público no ambiente virtual ganha força no diálogo que os artistas fazem entre a imagem expressiva do corpo e as possibilidades que as mídias digitais oferecem. Logo, é revelada uma tendência de interação contínua do videodança com as novas descobertas tecnológicas. 
    A artista visual brasileira Celina Portella em sua obra “Movimento²”, sintetiza de modo inventivo tal tendência, pois altera a percepção do espectador ao criar um jogo no qual os movimentos exibidos na tela deslocam a televisão em que o vídeo é exibido, simulando uma ação ao vivo.
    A exposição se completa no 2º andar, onde há uma sala com 3 telas que projetam simultaneamente uma seleção variada de vídeos vindos de 31 países e também trabalhos premiados pelo “IDILL” – competição internacional de curtas-metragens dedicados à dança. 
    O público que queira ainda se familiarizar melhor com alguns modos de criação em videodança pode participar de oficinas e encontros com importantes artistas da área.

Avaliação: Bom