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17 de fev. de 2011

Crítica: "À Flor da Pele" - Balé Teatro Castro Alves


Folha de S.Paulo - 17 de fevereiro de 2011


    Coreografia de "À Flor da Pele" relembra obra de Pina Bausch
    O BTCA (Balé Teatro Castro Alves) não vem para inovar a dança contemporânea, mas coloca em cena questões importantes que devem ser repensadas.
    A companhia é formada por bailarinos com idades entre 35 e 60 anos, o que é um ponto que chama atenção.
    No Brasil, o comum de companhias de dança que tenham um número grande de bailarinos sempre foi bem diferente.
    Por muito tempo, a juventude imperou como um requisito fundamental para o profissional de dança estar no palco.
    O BTCA, prestes a completar 30 anos de existência, mostra que a idade não é empecilho para a

10 de fev. de 2011

Crítica: "Corpo Vivo - Carrossel das Espécies" - Cia. TeatroDança Ivaldo Bertazzo

Folha de S.Paulo - 10 de fevereiro de 2011

    Bertazzo investe no lúdico em "Corpo Vivo"
Novo espetáculo aborda as diferenças e semelhanças entre seres humanos e outros animais com bom humor
    "Corpo Vivo - Carrossel das Espécies" é o mais recente trabalho que o diretor e coreógrafo Ivaldo Bertazzo desenvolveu junto com a sua Cia. TeatroDança Ivaldo Bertazzo.
    Trata-se de um espetáculo que mescla teatro, dança e canto e aborda, por meio da convivência entre essas linguagens, indagações sobre a evolução da espécie humana em comparação com a evolução de outras espécies animais.
    A linguagem proposta por Bertazzo se mostra no esforço de estreitar a relação entre público e espetáculo, no sentido de cativar pessoas não habituadas a ir ao teatro para assistir a dança. Por isso, tende a potencializar a formação de uma nova plateia.
    É um espetáculo lúdico de linguagem narrativa e acessível, portanto atraente aos olhos dos mais diversos espectadores.
    A ponte que se estabelece entre teatro, dança e canto se diferencia da linguagem já tradicional dos musicais por apresentar cenas de dança alinhavadas pela narrativa teatral do carismático Rubens Caribé e pontuadas por canções na linda voz da meio-soprano Regina Elena Mesquita.
    De singular, há uma convivência mútua e de dramaticidade leve entre as manifestações artísticas distintas, sem a pretensão de fundi-las a ponto de gerar nova linguagem.
MUTIRÃO
    As cenas trazem representações de diversas espécies animais, e o interessante é ver que o cavalo, o pássaro ou o peixe, assim como outros animais, não aparecem na dança de forma mímica.
    Os movimentos dos animais não são, em suma, apenas imitados. São traduzidos em movimentos específicos da dança. É possível reconhecer referências animalescas ressaltadas também nos figurinos e na presença de bonecos manipulados pelos próprios bailarinos.
    É indispensável ressaltar que uma das particularidades mais marcantes das coreografias de Bertazzo está presente nessa obra.
    São 18 jovens bailarinos em coreografias coletivas que criam uma imagem de mutirão.
    Vários bailarinos dançando juntos causam um impacto visual que poucos recursos cênicos conseguem atingir, e isso se sobressai à falta de solos e duos de execução técnica virtuosa.
    Em "Corpo vivo - Carrossel das Espécies", mais uma vez Ivaldo Bertazzo demonstra o quão bem funciona sua escolha coreográfica mediante um público tão diversificado.

Avaliação: Bom